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Fidelidade no terreno: a apoiar vidas nas aldeias de granito

A ASTA e a ALSS são duas associações do distrito da Guarda que fazem das pedras flores no trabalho que desenvolvem com pessoas com deficiência mental e com idosos. São duas das 70 organizações distinguidas com o Prémio Fidelidade Comunidade que são acompanhadas em permanência pela seguradora

A 18 quilómetros antes da fronteira de Vilar Formoso, saindo da A25 para a N324, segue-se durante quatro quilómetros nesta estrada, em direção a Sabugal, pelo meio de um alto planalto com pouca presença humana, pontuado pelos pedregulhos de granito e pela escassez de árvores. É aqui que vamos encontrar um oásis de inclusão social. Foi nesta paisagem bonita, mas difícil, marcada pelo isolamento, que nasceu a Associação Sócio Terapêutica de Almeida (ASTA), em 1998, na aldeia de Cabreira do Côa, por iniciativa de Maria José Fonseca, filha da terra, e atual presidente da associação.

Nestes 26 anos, esta associação desenvolveu uma obra notável a dar apoio e a integrar pessoas com deficiência mental ou multideficiência, num contexto rural, comunitário e familiar, em que as pessoas com necessidades especiais podem fazer um caminho de vida.

A ASTA tem uma Residência de Autonomização e Inclusão, um Lar Residencial e um Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, através dos quais dá apoio a 46 beneficiários, a que chamam

“É assim que chamamos às pessoas com deficiência que vivem e trabalham connosco. São companheiros porque com eles caminhamos, com eles aprendemos, eles ensinam-nos, como nós os ensinamos”, como nos explica Maria José Fonseca.

Com esta filosofia, a ASTA procura potenciar a inclusão destas pessoas na comunidade. “Os nossos companheiros, e alguns já estão connosco há muitos anos, já aprenderam muitas coisas que a maioria das pessoas não aprende: a fiar, a tratar da lã de ovelha, a fazer papel reciclado, a trabalhar na carpintaria, a trabalhar o barro. E aprenderam os caminhos entre a aldeia da Cabreira e a ASTA, bem como os caminhos das aldeias circundantes, e aprenderam a conhecer as aldeias históricas aqui à volta.” Em consequência, “temos aqui um manancial de conhecimento e competências que procuramos pôr ao serviço da comunidade, porque a nossa perspetiva é que a inclusão destas pessoas deve ser através da ação que cada um pode desenvolver como cidadão na comunidade”.

“Contigo, Há Descoberta”

Foi nesta lógica que a ASTA desenvolveu o projeto “Contigo, Hà descoberta”, um projeto inclusivo de turismo da natureza e social, “que proporciona a descoberta desta região e a partilha de conhecimentos, com pessoas que vêm de todo o País para aprender ao lado dos nossos companheiros”, refere a responsável.

Este foi um dos projetos distinguidos em 2021 pelo Prémio Fidelidade Comunidade, o que permitiu à associação, nomeadamente, adquirir uma carrinha para estas deslocações, capacitar os companheiros da ASTA para serem guias e permitir à equipa da ASTA desenvolver ações de marketing desta oferta. Um projeto que está a conhecer um interesse crescente em Portugal e além-fronteiras.

Fidelidade no terreno: a apoiar vidas nas aldeias de granito
Maria José Fonseca, presidente da ASTA

Maria José Fonseca, presidente da ASTA

Um prémio caloroso em Cabreira do Côa

Mas o que a ASTA também ganhou com este Prémio foi a entrada para a Comunidade Fidelidade, o que traz consigo, por parte da equipa de responsabilidade social da seguradora, um acompanhamento e um apoio continuados aos projetos distinguidos. “O acompanhamento da Fidelidade foi fundamental desde o primeiro momento e fez com que concretizássemos este projeto de forma mais assertiva, planificada e profissional”, diz Maria José Fonseca. “Este foi um prémio caloroso na medida em que foi acompanhado pela equipa da Fidelidade, que vivenciou os nossos espaços, aprendeu os nossos passos, e percebeu a existência de outras necessidades que a nossa comunidade tem e nas quais a Fidelidade poderia ajudar.”

Foi este envolvimento que levou a Fidelidade a, por exemplo, reconhecer necessidades adicionais e a oferecer diversos equipamentos e materiais à ASTA, a incentivar uma maior capacitação da organização, bem como a promover o projeto de turismo, abrindo um conjunto de portas importantes para o seu sucesso. Felisbela Paulino, que acompanha as organizações vencedoras do Prémio Fidelidade Comunidade, este “é um projeto diferenciador e inovador, eu diria, maravilhoso, que necessitava de um maior reconhecimento. E o Prémio trouxe-lhes isso, e funciona quase como uma espécie de certificação, junto de muitas entidades, o que abriu portas e criou oportunidades.”

Fidelidade é parceiro ativo

A ligação que a Fidelidade estabeleceu com as organizações que apoia é concretizada no terreno, de norte a sul do País. “Quando lançámos o Prémio Fidelidade Comunidade, em 2017, estávamos longe de imaginar a relação profunda que viríamos a estabelecer com as organizações sociais da nossa comunidade”, destaca a responsável da Fidelidade. “Desde o primeiro momento que quisemos acompanhar de forma muito próxima o trabalho que as organizações sociais desenvolvem no terreno, para conhecermos as suas necessidades, o impacto que elas traziam à sua comunidade e em que é que a Fidelidade poderia trazer valor às suas atividades”, refere Felisbela Paulino.

Esta postura vai muito para além da simples monitorização do projeto vencedor. “Percebemos logo que esta nossa presença e esta nossa atuação traziam impacto não só para a organização social como para a própria Fidelidade. E percebemos que não poderíamos ser apenas um investidor social, mas sim um parceiro ativo no desenvolvimento destas entidades.”

Resposta social em Lajeosa do Mondego

Foi também com esta atitude de envolvimento que a Fidelidade abordou um dos vencedores do Prémio Fidelidade Comunidade em 2018, a Associação Lageosense de Solidariedade Social (ALSS). Localizada em Lajeosa do Mondego, a sete quilómetros de Celorico da Beira, e com mais de 30 anos de existência, esta pequena associação tornou-se parte essencial da resposta social desta comunidade de pouco mais de 600 pessoas, sendo responsável por uma estrutura residencial para idosos, um serviço de apoio domiciliário e um centro de dia. O projeto apresentado permitiu à associação, com o apoio da Fideli-dade, investir em equipamentos como camas articuladas, colchões, cadeiras de rodas e elevadores, que possibilitaram melhorar o transporte, o conforto e a autonomia dos idosos.

“O verdadeiro impacto que o Prémio teve na nossa instituição foi a relação que se criou com a equipa da Fidelidade. Para além da aquisição dos equipamentos, fomos construindo uma relação de parceria, uma relação de amizade e de entreajuda com a Fidelidade”, salienta Susana Santos, diretora técnica da associação.

Esta relação foi de extrema importância durante a pandemia. Sendo uma pequena instituição do interior do País, a Lageosense passou por enormes dificuldades para continuar a providenciar apoio aos idosos, o que conseguiu fazer, com um balanço de zero casos de covid. “A Fidelidade enviou-nos equipamentos de proteção, desinfetantes, tudo o que estávamos a precisar naquela altura, e que aqui não havia. Temos muito a agradecer à equipa Fidelidade e temos muita sorte em pertencer a esta família”, sublinha a diretora técnica da ALSS.

Fidelidade no terreno: a apoiar vidas nas aldeias de granito
Susana Santos, diretora técnica da ALSS, com os utentes do lar de idosos

Susana Santos, diretora técnica da ALSS, com os utentes do lar de idosos

Uma parceria permanente

Também Felisbela Paulino salienta a importância do acompanhamento pela equipa da Fidelidade para instituições como a Lageosense: “Quando visitamos as instituições apercebemo-nos de situações em que, apesar de não estarem abrangidas pelos projetos apresentados, nós podemos ajudar, porque temos materiais disponíveis, porque conhecemos oportunidades que podemos utilizar em benefício da instituição.” Foi assim que a ALSS pôde reequipar o seu pequeno refeitório, recebeu materiais para a ocupação dos tempos livres dos idosos e passou a ter um conjunto de ofertas que animam o seu Natal. Para Susana Santos, os benefícios são óbvios: “Construímos uma relação em que não só sabemos que podemos recorrer à Fidelidade para nos apoiar em situações e necessidades pontuais, como temos do outro lado uma equipa que nos faz sugestões, que apresenta oportunidades. Estão sempre lá para nós”, conclui.

Fidelidade no terreno: a apoiar vidas nas aldeias de granito
Susana Santos, diretora técnica da ALSS; com as técnicas da Fidelidade Felisbela Paulino e Joana Jorge

Susana Santos, diretora técnica da ALSS; com as técnicas da Fidelidade Felisbela Paulino e Joana Jorge