A história da Kokua começa, de certa forma, dentro da família de Daiana Ferreira. Com uma irmã com uma doença rara (síndroma de Rett) e uma família que sempre se apoiou muito nos seus cães, a fundadora e presidente desta associação viria a formar-se em psicologia e a desenvolver um interesse profissional em trabalhar com pessoas com diversidade funcional.
Foi deste encontro de interesses profissionais e experiências pessoais que nasceu a ideia de criar uma associação dedicada a aumentar a autonomia e o bem-estar das pessoas com dificuldade física, intelectual, orgânica, emocional ou psicológica, e dos seus familiares, através dos cães de ajuda social (cães de assistência, de biodeteção ou cães de terapia). Assim nasceu, em 2017, em Tavira, a Associação Kokua (palavra havaiana para assistência com amor).
Identificação com a Fidelidade
Em 2019, chegou ao conhecimento de Daiana Ferreira o Prémio Fidelidade Comunidade. “Decidimos avançar com a candidatura porque nos identificámos muito com o tipo de visão que a Fidelidade tem, com a ênfase na sustentabilidade, na formação contínua, no acompanhamento e no trabalho em rede.”
Fazer a candidatura revelou-se uma decisão feliz porque o projeto apresentado foi um dos vencedores da edição de 2019 do Prémio Fidelidade Comunidade. Com o apoio da Fidelidade, a associação pôde avançar para a compra de uma carrinha com ar condicionado e capacidade de transporte de cães de ajuda social, em segurança. O que permitiu não só aumentar a disponibilidade e o raio de ação da Kokua, como garantir que os cães chegam ao seu “trabalho” nas melhores condições possíveis.
Cães de intervenção
Desde então, a associação tem vindo a fazer crescer, consolidar e diversificar a sua atividade com cães de ajuda social. A Kokua faz muitas ações de sensibilização para o seu trabalho e de divulgação do potencial dos cães em diversos contextos. No centro da sua missão estão as intervenções terapêuticas associadas ao poder de animais. “O que fazemos é incluir cães especificamente treinados a acompanhar e acelerar processos educativos ou terapêuticos com pessoas com diversidade funcional, incluindo idosos”, explica Daiana Ferreira.
Quem recebe esta assistência dada com amor são “pessoas com dificuldades educativas específicas, com dificuldades na área da saúde mental, ou idosos com dificuldades funcionais, que podem ser resultado de doenças neurodegenerativas, por exemplo”, descreve.
Interação positiva
De forma consistente, a presença e intervenção do cão treinado traz benefícios nessas situações. O cão é um animal eminentemente adaptável e apto para interações positivas com humanos, que potenciam as emoções positivas e o sucesso dos processos educativos e terapêuticos através de um maior estímulo e de uma maior adesão dos sujeitos envolvidos.
Com o cão, conseguimos que a pessoa com dificuldades apresente a sua melhor versão.
“Nas intervenções sentimos que a presença e a interação com o cão aumenta o tempo de atenção, a motivação, o envolvimento, a capacidade de concentração, e a tolerância à frustração das pessoas”, afirma Daiana Ferreira. “Com o cão conseguimos que a pessoa com dificuldades apresente a sua melhor versão, que se envolva de maneira ativa no seu processo de melhoria ou de aprendizagem.”
O poder do olfato canino
A associação também se dedica “à preparação, entrega e seguimento de cães de assistência, neste caso cães de serviço para crianças com autismo”, refere Daiana Ferreira. E está a colaborar com a Universidade do Algarve em projetos de investigação na área da biodeteção. “Fazemos estudos do potencial do olfato canino para encontrar diversos agentes ligados a questões ambientais ou na área da saúde humana”, explica a responsável. A atividade da associação cobre praticamente todo o Algarve, com especial enfoque, nesta fase, na região de Loulé.
Para a associação, também a aposta na visão e no posicionamento da Fidelidade se revelou acertada. “O acompanhamento e a continuidade do apoio da Fidelidade superaram as nossas expectativas. Posso dar vários exemplos: ofereceram todos os seguros pertinentes para a nossa atividade, dão acesso regular a ofertas formativas e entregam donativos físicos que são resultado de salvados. Existe uma preocupação constante connosco, a um nível que nós, sinceramente, não esperávamos que continuasse a existir”, destaca Daiana Ferreira.
Trabalhar em rede
Um outro aspeto da abordagem da Fidelidade que é importante para a Associação é a ênfase no trabalho em rede. “Sempre que detetam uma oportunidade ou consideram existir uma mais-valia em juntar várias entidades, seja por proximidade geográfica, ou por complementaridade das atividades, procuram fazer essa ligação”, refere a presidente da Kokua. Este tipo de apoio tem permitido à associação “continuar a melhorar a qualidade das suas intervenções numa área que é de alguma inovação social”. E isso deve-se “a uma parceria que continua a surpreender-nos pela proximidade e pela atenção que nos é dada”.
Para mais informações, visite premio.fidelidadecomunidade.pt.